Tradução por Vinícius Bento;
O mundo industrial está enfrentando atualmente um dos maiores desafios da história moderna, o de acompanhar uma economia dinâmica e moderadamente eficiente em meio a uma crise de saúde que foi e continua sendo responsável pela morte de milhares de pessoas.
Os primeiros valores estatísticos mostrados não são animadores, no entanto, é necessário conhecê-los para que sejam desenvolvidas previsões e elaborações de estratégias que possam auxiliar na preservação de empregos.
De acordo com as previsões do FMI, CEPAL e OMC para a América Latina e o Caribe, ocorrerá uma redução entre 4,3% e 11% do PIB, para o Equador a previsão é uma redução de até 6,5%, que irá deixar o país em um cenário mais difícil que o ocorrido em 1999.
Em nosso dia a dia, a pandemia tem diminuído as vendas de todos os setores produtivos em 42%, de acordo com os dados de faturamento reportados ao SRI, o comércio foi o setor mais afetado com 49% de redução. As pequenas e médias empresas também estão sofrendo com reduções de vendas de 48% e 54% respectivamente.
Em um cenário onde todos estão sofrendo prejuízos por conta da pandemia, existem setores que estão sendo menos prejudicados, são neles que deve ser mantido o foco e os esforços para a recuperação da economia e da dinâmica comercial. O impacto nas vendas para o setor de alimentos e bebidas é de 22%, um número relativamente bom quando comparado com a redução analisada nos outros setores da economia.
É o momento de adotar uma estratégia de sobrevivência para as empresas, muitos de nós sequer sonhamos um dia viver um cenário tão conturbado como o atual, mas gostaria de compartilhar com vocês uma compilação de estratégias que vários empresários estão adotando para seguir mantendo o seu negócio à tona e que foram mostradas através de conversas virtuais ministradas por faculdades de negócios, através de eventos que tive a oportunidade de assistir durante a quarentena.
- Você possui um comitê de crise? Se você não possui, faça agora! É necessário conhecer onde que a empresa está sendo mais afetada e ter uma equipe multidisciplinar que leve os indicadores para que as decisões sejam tomadas em curto prazo. (janela de 7 dias)
- “Dinheiro é tudo”: cuidar da liquidez da empresa, assegurar o capital de giro e acima de tudo monitorar a folha de pagamento.
- As despesas devem ser minuciosamente observadas, hoje mais do que nunca não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar dinheiro da empresa.
- Revise como estão os níveis dos estoques, a melhor estratégia é negociar com os fornecedores para que as empresas façam entregas pontuais.
- Associar-se é uma estratégia muito eficaz para pequenas empresas que tem como base a subsistência. Olhe seu concorrente como parceiro, avalie os seus pontos positivos e os pontos positivos dele. Podemos chegar acordos, fusões ou colaborações?
- Renegocie créditos e prazos com fornecedores, pois você também precisará estender crédito aos clientes.
- O gerenciamento-chave da crise está em cuidar de seus colaboradores, esse cuidado é visto constantemente por empresários de empresas que compartilham idéias e experiências com os diferentes grupos que compõe a empresa, com o objetivo de enfrentar os problemas. Lembre-se que a empresa é constituída por pessoas, a gestão dos recursos humanos deve ser muito organizada e flexível: deve ser mantida uma comunicação amigável, clara e que transmita apresso pelo empregado (através de gestos e palavras). Essas ações ajudarão a alcançar os objetivos de que a empresa precisa para evitar um possível colapso. Envolva-se na realidade de cada um deles e seja solidário. Invista em sua equipe, forneça garantias, transmita uma mensagem de continuidade de trabalho, de proteção ao seu colaborador.
- Filosofia LEAN*, revise cada um dos processos ou formas de comunicação com o cliente e otimize-os.
O caminho que deve ser percorrido para uma recuperação econômica é longo, por hora devemos nos preocupar em pontos-chaves que nos permitam seguir operando.
Ing. Ruth, Salinas, MBA
*Filosofia LEAN: é uma metodologia de gestão ou de estratégia de negócios desenvolvida no Japão com base no sistema Toyota de produção. Tem o objetivo de buscar alta qualidade, em menor prazo e com menor custo devido a diminuição dos desperdícios em todas as etapas de produção. Inicialmente essa filosofia se relacionava apenas com a indústria de manufatura, porém os seus resultados começaram a apresentar resultados tão positivos que diversos outros setores começaram a implementar essa filosofia para maximizar seus ganhos. Entre os príncipios que a definem estão: Valor (define o que é valor de acordo com a visão do cliente), Fluxo de valor (é realizada a identificação de todas as etapas que agregam valor ao produto/serviço e então são redefinidos os processos com foco em eliminar todos os desperdícios) , fluxo contínuo (estabelece um fluxo sem interrupções para os processos que restaram, a ideia é atender as necessidades do cliente de forma mais rapida, eliminando esforços e custos), produção puxada (deve-se fazer apenas o necessário e quando o cliente solicitar, evitando excessos ou desperdícios e perfeição (melhoria contínua de tudo que está envolvido no fluxo de valor, como as pessoas, produtos e processos).