Enquanto a Copa se desenrola, o agronegócio se enrola na “estagnança” da questão dos fretes.

Um amigo meu, designer italiano, estudioso também das logísticas, não entende porquê no Brasil ainda não utilizamos barcaças de borrachas pelos rios brasileiros, assim descemos os rios com as barcaças de borracha infláveis cheias e trazemos as barcaças de borrachas desinfladas pra cima dos rios, com baixíssimo custo de retorno.

A questão é que o Brasil está cheio de pensadores e carente de executores.

O país sangra numa negociação entre os representantes do transporte rodoviário com o Poder Executivo. E pasmem, um documento do Ministério da Fazenda, encaminhado ao Ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal, alertava para o risco de um cartel que seria privado, autorizado pelo Poder Executivo do país.

As entidades vociferam argumentando que o tal do “tabelamento pancadão”, aquele que determina preço mínimo de vendas – coisa nunca antes vista – significaria mais de 50 bilhões de reais arrancados da economia.

Isso traz inflação, reduz salários… e o que não está dito, pois tem números que não são contados mas que contam mais do que os contabilizados; isso tudo vai significar um preço insustentável para o país em 2019.

O agronegócio irá implodir, pois uma condição imprevista de risco foi adicionada na cesta dos gigantescos fatores incontroláveis, além do tabelamento do frete, a incompetência da liderança e da governança do país.

O presidente Michel Temer diz que irá obedecer o Supremo Tribunal Federal – STF, ou seja, fica na mão do Poder Judiciário a questão, e o Temer disse isso num almoço do Mercosul, no país vizinho o Paraguai.

Você já foi ao Paraguai? Se não foi, vá olhar o espetáculo da logística construída para o escoamento das safras naquele país. Barcaças pelos rios fazem hoje do Paraguai um dos mais atraentes e seguros lugar da América do Sul para plantar, além da inteligência tributária paraguaia.

Enquanto esperamos pela justiça para clarear a próxima safra do Brasil, nossas Confederações Empresariais Nacionais, que deveriam assumir um papel de liderança para a governança do Brasil, se reunidas fossem, continuam de olho nos seus exclusivos umbigos, com foco total em Brasília.

Ninguém governará o Brasil se não organizar a Sociedade Civil. Agronegócio significa integração de todas as cadeias produtivas.